Cantor

#38 – Base (parte um)

O grande dia chegou. O primeiro deles, pelo menos. Depois de três anos juntando repertório, quatro meses fazendo pré-produção e um mês e meio fazendo arranjos, finalmente entrei em estúdio pra começar a trabalhar no meu primeiro disco. Mal consegui dormir na noite anterior de tão empolgado e ansioso que estava.

Gravamos base das quatro primeiras faixas. Contamos com a presença do Samuel Fagundes na bateria e do Lau Gomes no baixo.

A sensação de ouvir as músicas tomando corpo é algo indescritível. Os músicos tocavam e eu sorria. Foi um dia feliz.

Algumas fotos:

Segunda-feira tem mais!

#37 – Carnaval

Fazia tempo que não ia a um retiro de carnaval, e foi a primeira vez que fui como convidado musical. É bom ter amigos influentes. O convite partiu de um dos meus melhores amigos, pastor Cândido Gomes. Fui participar do retiro da Igreja Central de Brasília. Já estava feliz pois reencontraria ali alguns amigos queridos.

Cheguei em Brasília na sexta à noite. O Cândido não poderia me buscar no aeroporto, pois ele já tinha de estar no retiro, então ficou combinado de que a Moara, uma conhecida minha, me buscaria. No fim das contas, ela não pôde me buscar e enviou André, seu namorado. Saímos do aeroporto, e depois de algumas voltas por Brasília (onde tudo é muito longe), finalmente chegamos na casa da Moara. Esse mundo é muito pequeno. Descobri que a dona Neide, avó da Moara, cuidava de mim e do meu irmão quando morávamos em Santos. Eu lembro de alguns flashes dos meus primeiros anos em Santos, e a tia Neide faz parte destas minhas lembranças. Pra minha surpresa e alegria, reencontrei a tia Neide depois de mais ou menos 26 anos! Ela continua querida, como sempre!

Depois de um lanche, finalmente nos dirigimos ao Haras Cruzeiro do Sul, onde se deu o retiro. Foram 4 dias incríveis. Dias de louvor, reflexões, novas amizades e muitas risadas.

Alguns destaques:

  • Crises de riso jogando máfia
  • A roubalheira do quartão no Perfil
  • Reencontro com os amigos Celaum, Thanise, Robson, Cleverson e Candido
  • O tombo que eu levei depois de ter quebrado uma cadeira
  • O Celaum de Seu Barriga na festa da criança (foto abaixo)

Também tive a oportunidade, na segunda à noite, de fazer um pequeno musical, onde pude cantar algumas das músicas que estarão no meu disco solo, assim como algumas conhecidas. Foram elas:

  1. Caminho (inédita)
  2. Tudo de Novo (inédita)
  3. Como Duvidar
  4. Falar Com Deus
  5. É Preciso Confiar
  6. Usa-me (inédita)
  7. Retalhos (inédita)
  8. Descanse (inédita)

Não estou muito acostumado a fazer programas solo, então ainda é uma experiencia nova pra mim, mas cantar pra amigos é mais fácil, e a insegurança por não saber as músicas de cor, e por estar cantando algumas pela primeira vez foi superada.

Foi um final de semana ótimo, do qual já tenho saudades.

Valeu, Cândido, pelo convite.
Valeu, Cleverson, por ter me acompanhado, apesar do teclado.
Valeu, novos e velhos amigos, por me receberem tão bem.

Mês que vem estou de volta!

#25 – Hino da Libertação

Fiz esse post pro blog do Caixa de Música, e resolvi repostar aqui.

Há várias músicas que mexem comigo. Uma delas é o “Hino da Libertação”, gravada pelo Novo Tom no nosso último projeto, o CD e DVD Ao Vivo.

Quem já assistiu o DVD ou ouviu o disco já sabe que trata-se de um projeto de releituras de músicas já conhecidas, com uma roupagem um pouco mais sofisticada. Pra mim, tava tudo certo. Eu tenho uma veia mais pop, e gosto de ouvir cantores como Avalon, Steven Curtis Chapman, Point Of Grace, etc. A Riane, que é uma das minhas melhores amigas, também tem essa veia, e nós estávamos sentindo falta de uma música mais pra cima, porém apoteótica, no repertório desse projeto. Já havíamos ensaiado “Tudo Em Louvor” e “Cada Dia Mais Perto”, mas estava faltando aquela música.

A agenda de ensaios para o DVD era rigorosa. Ensaiávamos todos os domingos, sem exceção. Em um desses belos domingos, na Escola de Artes do UNASP, o Lineu nos entregou a partitura do “Hino da Libertação.” Ele começou a tocar, e nós começamos a ler a musica pela primeira vez. Quando chegamos na ponte, onde cantamos “Glória! Glória! Já sentimos que está perto, o retorno de Jesus!”, eu já me emocionei, e não consegui cantar o restante da musica naquela primeira leitura. Quando acabou, eu virei pra Riane e ela me deu um abraço: tínhamos nossa música.

O Tuiu apareceu na Escola de Artes mais tarde pra ouvir a musica nova. Quando acabou, ele fez a seguinte sugestão: “Por que vocês não emendam com ‘Cada Dia Mais Perto?’” Quando fizemos o teste, o “Hino da Libertação” acabava no mesmo tom do “Cada Dia”. Não foi coincidência. Deus já tinha tudo planejado.

Alguns meses depois, estávamos na Novo Tempo, na segunda sessão da gravação do DVD. Nossos familiares e amigos estavam todos lá, e me lembro de olhar pro meu irmão enquanto cantava “Nossa alma, confiante, já aguarda redenção.” Nessa hora da musica, nós do Novo Tom sempre cantamos abraçados, e enquanto eu cantava, eu comecei a imaginar como será esse dia, louvando a Deus com meus amigos e com minha família, agradecendo a Ele por essa grande salvação.
Eu sempre me emociono cantando essa musica, porque essa mesma imagem sempre me vem à mente.

Que todos nós estejamos prontos pra cantar esse hino da libertação.

#17 – Da Estrada, Parte Um – Puma Air

Não sei se isso vai virar uma série, mas vira e mexe, acontecem coisas na estrada que valem a pena relembrar, então lá vai o primeiro relato.

Mês passado, o Novo Tom fez uma viagem ao norte do Brasil. Cantaríamos em duas cidades durante aquele final de semana: Belém e Macapá. O Novo Tom já havia cantado em Belém há cerca de oito anos, e nunca havíamos cantado em Macapá. Estávamos animados pra conhecer uma nova cidade, mas não tão animados com os horários de voo marcados. Pra você ter uma idéia, foram 15 horas de sono em 4 dias. Delícia. Fizemos o concerto em Belém no sábado à noite, e assim que acabou fomos correndo (não correndo, mas rapidamente dentro de uma van) para o local onde estávamos hospedados, pra conseguir dormir umas míseras 3 horas, pois nosso voo de Belém para Macapá partiria às 5:25 da manhã. Logo, teríamos de estar no aeroporto às 4:25 da manhã, porque até despachar os 16 volumes distribuidos entre as 11 pessoas no comboio Novo Tom demoraria um pouco. Fizemos o check-in, pesamos e despachamos as malas (total de 191 kg), e tomamos nosso rumo ao embarque. O voo partiu no horário certo, e foi aí que o drama começou.

Ao decolar, ouviu-se um barulho estranho no motor, que não parou de soar. Minutos depois, a Riane, que estava sentada atrás de mim, falou que viu uma faísca saindo da turbina direita do avião. A Riane, intensa como ela é, já começou a se desesperar. Enquanto a Riane se desesperava, eu comecei a estranhar o fato de que não estávamos na altitude “padrão”. O avião voava bastante baixo, e isso me preocupou um pouco. Alguns minutos depois, o comandante se pronunciou, dizendo que por causa de problemas técnicos, teríamos de retornar ao aeroporto de Belém, mas que não nos deveríamos nos preocupar, pois não era nada grave.

Nada grave. Sei.

Enquanto o avião tomava seu rumo de volta ao aeroporto, o comandante ainda me soltou mais uma instrução importantíssima: Não pulem. Não sei o que ele quis dizer com isso, mas eu permaneci em minha poltrona, com meu cinto de segurança devidamente afivelado.

Chegamos no aeroporto de Belém, e nos informaram que o motivo da volta foi o fato de uma ave ter entrado na turbina momentos antes da decolagem. Enfim, conseguiram nos encaixar em um voo da Gol que saiu ao meio dia e conseguimos chegar em Macapá para o nosso concerto lá.

É claro que documentei o ocorrido, que você pode conferir abaixo:

Só sei que depois dessa traumática experiencia, Puma Air, nunca mais!