Dois posts no mesmo ano é nada menos do que um milagre, não é mesmo? Se duas pessoas lerem este post, vou me considerar uma pessoa de sorte.
Já fazem dois meses e quatro dias que eu viajei pra Manaus com o Novo Tom e alguns agregados para o projeto de missão na Amazônia. Eu estou ensaiando esse post há algum tempo pra contar para todos os meus dois leitores – eu tinha uns dez, mas imagino que eles devem ter desistido de mim devido ao meu abandono desse espaço – das minhas impressões dos dias em que passei fazendo parte do projeto Salva Vidas Amazônia. Eu queria ser desses que anotava tudo a medida que as coisas iam acontecendo, ou então ter disciplina pra manter um diário de bordo, mas infelizmente não sou assim. No entanto, minha memória fotográfica e as diversas fotos que eu tirei ao longo do tempo que ficamos fora são grandes aliados nessa empreitada.
Vou logo avisando que sou uma pessoa muito atenta aos detalhes, então para não deixar esse post tão cansativo, este será dividido em pelo menos duas partes. Espero que você esteja sentado.
Na verdade, antes de começar a falar sobre a viagem, eu preciso voltar um pouquinho mais no tempo e dizer que minha participação na missão não seria possível sem a generosidade de alguns parentes, inclusive minha mãe e padrasto. Já o fiz pessoalmente, mas quero aproveitar e agradecer a eles aqui também.
A missão começou a se tornar real, pelo menos pra mim, na primeira reunião que tivemos com o grupo, onde o Rolf Maier, arquiteto do UNASP e líder da nossa missão nos passou um documento EX-TRE-MA-MEN-TE detalhado do que iria acontecer, do que deveríamos levar, dos cuidados que deveríamos tomar e outras coisas mais. Eu saí da reunião com duas preocupações:
- Como lidar com mosquitos, pernilongos e outros animais alados (sou extremamente alérgico).
- Como conseguir dormir em uma rede por 10 noites tendo esse meu porte de 1,94m.
Enfim, fomos nos preparando para a viagem. Nosso voo sairia de Campinas na segunda, dia 20 de junho. Eu tive que começar a arrumar a minha mala na quinta-feira anterior. O Novo Tom teve compromissos em Santa Ernestina, SP, no sábado e em São Paulo no domingo. Ou seja, o tempo de me preparar para duas semanas longe de casa seria curto. E como eu odeio arrumar mala, esse tempo dobra, porque o desprazer é tanto que eu acabo me distraindo com muita facilidade.
No domingo de manhã, eu estava com a mala praticamente pronta quando o Rolf passou em casa com um monte de remédios, brinquedos e outras coisas que foram doadas para a missão.

Eu fiquei com o que pude e deixei a mala de lado porque tive que ir cantar em São Paulo. É claro que, com todos esses remédios e afins, eu tive que reorganizar a minha mala toda ao chegar em casa à uma da manhã. Resultado: passei a noite em claro organizando e arrumando mala e deixando minha casa em ordem, mas às 6:15 da manhã de segunda-feira, estava pronto para a jornada do UNASP até Viracopos.

Olha que animados, a Lelê e eu depois de uma noite em claro.
Viajar em grupo não é a coisa mais fácil do mundo, e ao chegarmos no aeroporto, tivemos algumas dificuldades relacionadas a excesso de peso, viajantes esquecendo malas em casa e outras coisas. Mas Deus é grande e conseguimos resolver tudo antes de embarcar.
E assim começou nossa saga. Nosso voo não era direto. O mesmo parou no Rio de Janeiro, então o pensamento de todos era que ao chegarmos no Rio, faríamos um lanche lá antes de pegar a conexão para Manaus…só que ao chegarmos no Rio, fomos informados de que não era uma conexão, e sim uma escala. Ou seja, não tínhamos como sair do avião. Ou seja, não tínhamos como fazer um lanche. Ou seja, pra não morrermos de fome, teríamos que desembolsar R$237 em um sanduíche da GOL. Eu odeio a GOL.

A alegria de quem ainda não sabia que a conexão seria uma escala.
Eu sou uma pessoa precavida e tinha um pacote fechado de biscoito recheado. O Pedro estava no assento ao meu lado no trecho para Manaus, e ele estava com tanta fome que quebrei minha regra de não compartilhar comida com ninguém e o ofereci alguns biscoitos.
Finalmente chegamos em Manaus e eu mais que depressa fui atrás de almoço…infelizmente, o aeroporto de Manaus não oferece tantas opções gastronômicas. Apenas Bob’s e Pizza Hut. Bob’s não rola, então vamos de Pizza Hut. A pizza estava borrachuda, mas a fome era tão grande que eu nem liguei. Mandei duas fatias bem servidas.
Finalmente saímos do aeroporto, entramos no microônibus e começamos a jornada até a base da missão. O clima já era outro…quente e úmido. E eu já estava desesperado por um banho.
Chegamos na base e eu me deparei pela primeira vez com a nossa casa durante dez dias.


E assim começou a aventura…em breve tem mais. Prometo.
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